10 outubro 2015

Contos de Palhaços

Susy chegou pontualmente ás nove da noite na casa onde iria cuidar de duas menina de três e cinco anos enquanto os seus pais iam a um jantar de negócio na cidade vizinha.
Depois de deixar tudo esclarecido o casal saiu deixando Susy com as crianças que já estavam no quarto, logo a babysitter não havia conhecido nem as meninas nem o quarto.
Algum tempo após se acomodar e ligar a televisão ela ouve um grito vindo do quarto das crianças no andar de cima e foi ver o que se passava. Quando lá chegou encontrou as meninas abraçadas e chorosas.
- Que aconteceu? - Perguntou Susy ajoelhando-se aos pés da cama.
- Não gosto de palhaços. - Disse a mais velha apontando para o canto do quarto.
Susy assustou-se ao ver um boneco de tamanho real no sítio para onde a menina apontava, passado o susto também o medo se apoderou dela, pois o boneco era sinistro. Ela sentou-se na cama das crianças e cantou-lhes canções até ambas adormecerem. Depois voltou para o primeiro andar perguntando-se porque é que os pais deixariam um boneco tão assustador no quarto das crianças.
Momentos depois um estouro seguido do choro das menina alertou novamente a babysitter, esta correu para o quarto onde as encontrou na mesma posição de antes.
- Deviam voltar a dormir. Ainda estão com medo do palhaço?
- Ele assustou-nos, estourou um balão. - Respondeu a mais nova.
Ao olhar novamente para o palhaço a babysitter viu aos seus pés um balão estourado, uma sensação no estômago deixou preocupada e ela pensou olhando-o atentamente que a sua posição não parecia a mesma. Pegando nas meninas ela desceu as escada, pegou no telefone mas ele estava sem rede então ligou do telemóvel para a mãe das meninas.
- Olá, é a Susy, as suas meninas estão a pedir por si, estão com muito medo do boneco de palhaço de tamanho real no quarto delas, será que dá para o tirar de lá ou tapar?
- Desculpe? Nós não temos nenhum boneco palhaço em casa.
Nesse ponto Susy deu-se conta de passos pesados a descer a escada e o suave rangido da madeira, ela apertou o domínio sobre as crianças que choravam baixinho, suor frio escorria-lhe pela testa, o seu coração estava disparado e a sua boca estava seca, o pavor tomou cada centímetro do seu corpo e ela congelou não conseguindo fugir, ela virou-se lentamente e a única coisa que a mãe das meninas ouviu foram três gritos de gelar o sangue e o telemóvel a cair no chão. O casal voltou imediatamente a casa, quando chegaram depararam-se com um cenário macabro, a babysitter e as menina estavam mortas, as caras pintadas de palhaço com sorrisos enormes e artificiais e um balão de hélio amarrado ao braço, do palhaço nem sinal.



P.S. Este conto custou-me imenso a escrever porque para quem não sabe eu odeio palhaços.

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